quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Ao Mestre, Steve Jobs, com carinho.



O mundo perdeu um gênio, o mundo perdeu Steve Jobs.
Ao mesmo tempo, o mundo ganhou com essa figura singular o significado de progresso, inovação e criatividade, numa forma reconhecível por todos, porque Steve tornou algo extremamente complexo e inacessível (a tecnologia dos anos 70 e começo dos anos 80) em algo simples, intuitivo e facilmente admirável por todos.
O grande avanço da interface gráfica, combinados com requintes de elegância, simplicidade, beleza, leveza e operacionalidade foi a sua maior marca. O universo da tecnologia não seria o que é sem a sua sensibilidade tecnológica. Com simples toques ou alguns cliques – comandos – Steve proporcionou que qualquer pessoa pudesse fazer com que uma máquina (composta de elementos eletrônicos, com linguagem incompreensível aos humanos sem uma boa formação tecnológica, uma parafernália de zeros e uns) obedecesse aos desejos dos usuários como num passe de mágica, como se os gadgets e computadores tivessem um gênio dentro deles, realmente tinha, mas o gênio estava fora. Estava fora dos dispositivos porque o mundo não é capaz de criar tantos gênios assim.
O universo tecnológico está em luto, perdeu um dos seus maiores protagonistas e um homem inspirador, dotado de perfeccnismo, inteligência, criatividade e simplicidade. O homem que, na maioria das vezes, usava uma causa jeans, uma camisa preta e um tênis (prezava pela simplicidade e conforto das suas vestes) vai deixar saudade. Segue adiante, o seu discurso mais famoso, uma verdadeira lição de vida, de 12 de junho de 2005, aos formandos da universidade de Stanford (Estados Unidos):
“Estou honrado de estar aqui, na formatura de uma das melhores universidades do mundo. Eu nunca me formei na universidade. Que a verdade seja dita, isso é o mais perto que eu já cheguei de uma cerimônia de formatura. Hoje, eu gostaria de contar a vocês três histórias da minha vida. E é isso. Nada demais. Apenas três histórias.
A primeira história é sobre ligar os pontos.
Eu abandonei o Reed College depois de seis meses, mas fiquei enrolando por mais 18 meses antes de realmente abandonar a escola. E por que eu a abandonei? Tudo começou antes de eu nascer. Minha mãe biológica era uma jovem universitária solteira que decidiu me dar para a adoção. Ela queria muito que eu fosse adotado por pessoas com curso superior. Tudo estava armado para que eu fosse adotado no nascimento por um advogado e sua esposa. Mas, quando eu apareci, eles decidiram que queriam mesmo uma menina.
Então meus pais, que estavam em uma lista de espera, receberam uma ligação no meio da noite com uma pergunta: “Apareceu um garoto. Vocês o querem?” Eles disseram: “É claro.”
Minha mãe biológica descobriu mais tarde que a minha mãe nunca tinha se formado na faculdade e que o meu pai nunca tinha completado o ensino médio. Ela se recusou a assinar os papéis da adoção. Ela só aceitou meses mais tarde quando os meus pais prometeram que algum dia eu iria para a faculdade. E, 17 anos mais tarde, eu fui para a faculdade. Mas, inocentemente escolhi uma faculdade que era quase tão cara quanto Stanford. E todas as economias dos meus pais, que eram da classe trabalhadora, estavam sendo usados para pagar as mensalidades. Depois de seis meses, eu não podia ver valor naquilo.
Eu não tinha idéia do que queria fazer na minha vida e menos idéia ainda de como a universidade poderia me ajudar naquela escolha. E lá estava eu, gastando todo o dinheiro que meus pais tinham juntado durante toda a vida. E então decidi largar e acreditar que tudo ficaria ok.
Foi muito assustador naquela época, mas olhando para trás foi uma das melhores decisões que já fiz. No minuto em que larguei, eu pude parar de assistir às matérias obrigatórias que não me interessavam e comecei a frequentar aquelas que pareciam interessantes. Não foi tudo assim romântico. Eu não tinha um quarto no dormitório e por isso eu dormia no chão do quarto de amigos. Eu recolhia garrafas de Coca-Cola para ganhar 5 centavos, com os quais eu comprava comida. Eu andava 11 quilômetros pela cidade todo domingo à noite para ter uma boa refeição no templo hare-krishna. Eu amava aquilo.
Muito do que descobri naquela época, guiado pela minha curiosidade e intuição, mostrou-se mais tarde ser de uma importância sem preço. Vou dar um exemplo: o Reed College oferecia naquela época a melhor formação de caligrafia do país. Em todo o campus, cada poster e cada etiqueta de gaveta eram escritas com uma bela letra de mão. Como eu tinha largado o curso e não precisava frequentar as aulas normais, decidi assistir as aulas de caligrafia. Aprendi sobre fontes com serifa e sem serifa, sobre variar a quantidade de espaço entre diferentes combinações de letras, sobre o que torna uma tipografia boa. Aquilo era bonito, histórico e artisticamente sutil de uma maneira que a ciência não pode entender.
E eu achei aquilo tudo fascinante.
Nada daquilo tinha qualquer aplicação prática para a minha vida. Mas 10 anos mais tarde, quando estávamos criando o primeiro computador Macintosh, tudo voltou. E nós colocamos tudo aquilo no Mac. Foi o primeiro computador com tipografia bonita. Se eu nunca tivesse deixado aquele curso na faculdade, o Mac nunca teria tido as fontes múltiplas ou proporcionalmente espaçadas. E considerando que o Windows simplesmente copiou o Mac, é bem provável que nenhum computador as tivesse.
Se eu nunca tivesse largado o curso, nunca teria frequentado essas aulas de caligrafia e os computadores poderiam não ter a maravilhosa caligrafia que eles têm. É claro que era impossível conectar esses fatos olhando para frente quando eu estava na faculdade. Mas aquilo ficou muito, muito claro olhando para trás 10 anos depois.
De novo, você não consegue conectar os fatos olhando para frente. Você só os conecta quando olha para trás. Então tem que acreditar que, de alguma forma, eles vão se conectar no futuro. Você tem que acreditar em alguma coisa – sua garra, destino, vida, karma ou o que quer que seja. Essa maneira de encarar a vida nunca me decepcionou e tem feito toda a diferença para mim.
Minha segunda história é sobre amor e perda.
Eu tive sorte porque descobri bem cedo o que queria fazer na minha vida. Woz e eu começamos a Apple na garagem dos meus pais quando eu tinha 20 anos. Trabalhamos duro e, em 10 anos, a Apple se transformou em uma empresa de 2 bilhões de dólares e mais de 4 mil empregados. Um ano antes, tínhamos acabado de lançar nossa maior criação — o Macintosh — e eu tinha 30 anos.
E aí fui demitido. Como é possível ser demitido da empresa que você criou? Bem, quando a Apple cresceu, contratamos alguém para dirigir a companhia. No primeiro ano, tudo deu certo, mas com o tempo nossas visões de futuro começaram a divergir. Quando isso aconteceu, o conselho de diretores ficou do lado dele. O que tinha sido o foco de toda a minha vida adulta tinha ido embora e isso foi devastador. Fiquei sem saber o que fazer por alguns meses.
Senti que tinha decepcionado a geração anterior de empreendedores. Que tinha deixado cair o bastão no momento em que ele estava sendo passado para mim. Eu encontrei David Peckard e Bob Noyce e tentei me desculpar por ter estragado tudo daquela maneira. Foi um fracasso público e eu até mesmo pensei em deixar o Vale [do Silício].
Mas, lentamente, eu comecei a me dar conta de que eu ainda amava o que fazia. Foi quando decidi começar de novo. Não enxerguei isso na época, mas ser demitido da Apple foi a melhor coisa que podia ter acontecido para mim. O peso de ser bem sucedido foi substituído pela leveza de ser de novo um iniciante, com menos certezas sobre tudo. Isso me deu liberdade para começar um dos períodos mais criativos da minha vida. Durante os cinco anos seguintes, criei uma companhia chamada NeXT, outra companhia chamada Pixar e me apaixonei por uma mulher maravilhosa que se tornou minha esposa.
A Pixar fez o primeiro filme animado por computador, Toy Story, e é o estúdio de animação mais bem sucedido do mundo. Em uma inacreditável guinada de eventos, a Apple comprou a NeXT, eu voltei para a empresa e a tecnologia que desenvolvemos nela está no coração do atual renascimento da Apple.
E Lorene e eu temos uma família maravilhosa. Tenho certeza de que nada disso teria acontecido se eu não tivesse sido demitido da Apple.
Foi um remédio horrível, mas eu entendo que o paciente precisava. Às vezes, a vida bate com um tijolo na sua cabeça. Não perca a fé. Estou convencido de que a única coisa que me permitiu seguir adiante foi o meu amor pelo que fazia. Você tem que descobrir o que você ama. Isso é verdadeiro tanto para o seu trabalho quanto para com as pessoas que você ama.
Seu trabalho vai preencher uma parte grande da sua vida, e a única maneira de ficar realmente satisfeito é fazer o que você acredita ser um ótimo trabalho. E a única maneira de fazer um excelente trabalho é amar o que você faz.
Se você ainda não encontrou o que é, continue procurando. Não sossegue. Assim como todos os assuntos do coração, você saberá quando encontrar. E, como em qualquer grande relacionamento, só fica melhor e melhor à medida que os anos passam. Então continue procurando até você achar. Não sossegue.
Minha terceira história é sobre morte.
Quando eu tinha 17 anos, li uma frase que era algo assim: “Se você viver cada dia como se fosse o último, um dia ele realmente será o último.” Aquilo me impressionou, e desde então, nos últimos 33 anos, eu olho para mim mesmo no espelho toda manhã e pergunto: “Se hoje fosse o meu último dia, eu gostaria de fazer o que farei hoje?” E se a resposta é “não” por muitos dias seguidos, sei que preciso mudar alguma coisa.
Lembrar que estarei morto em breve é a ferramenta mais importante que já encontrei para me ajudar a tomar grandes decisões. Porque quase tudo — expectativas externas, orgulho, medo de passar vergonha ou falhar — caem diante da morte, deixando apenas o que é apenas importante. Não há razão para não seguir o seu coração.
Lembrar que você vai morrer é a melhor maneira que eu conheço para evitar a armadilha de pensar que você tem algo a perder. Você já está nu. Não há razão para não seguir seu coração.
Há um ano, eu fui diagnosticado com câncer. Era 7h30 da manhã e eu tinha uma imagem que mostrava claramente um tumor no pâncreas. Eu nem sabia o que era um pâncreas.
Os médicos me disseram que aquilo era certamente um tipo de câncer incurável, e que eu não deveria esperar viver mais de três a seis semanas. Meu médico me aconselhou a ir para casa e arrumar minhas coisas — que é o código dos médicos para “preparar para morrer”. Significa tentar dizer às suas crianças em alguns meses tudo aquilo que você pensou ter os próximos 10 anos para dizer. Significa dizer seu adeus.
Eu vivi com aquele diagnóstico o dia inteiro. Depois, à tarde, eu fiz uma biópsia, em que eles enfiaram um endoscópio pela minha garganta abaixo, através do meu estômago e pelos intestinos. Colocaram uma agulha no meu pâncreas e tiraram algumas células do tumor. Eu estava sedado, mas minha mulher, que estava lá, contou que quando os médicos viram as células em um microscópio, começaram a chorar. Era uma forma muito rara de câncer pancreático que podia ser curada com cirurgia. Eu operei e estou bem.
Isso foi o mais perto que eu estive de encarar a morte e eu espero que seja o mais perto que vou ficar pelas próximas décadas. Tendo passado por isso, posso agora dizer a vocês, com um pouco mais de certeza do que quando a morte era um conceito apenas abstrato: ninguém quer morrer. Até mesmo as pessoas que querem ir para o céu não querem morrer para chegar lá.
Ainda assim, a morte é o destino que todos nós compartilhamos. Ninguém nunca conseguiu escapar. E assim é como deve ser, porque a morte é muito provavelmente a principal invenção da vida. É o agente de mudança da vida. Ela limpa o velho para abrir caminho para o novo. Nesse momento, o novo é você. Mas algum dia, não muito distante, você gradualmente se tornará um velho e será varrido. Desculpa ser tão dramático, mas isso é a verdade.
O seu tempo é limitado, então não o gaste vivendo a vida de um outro alguém.
Não fique preso pelos dogmas, que é viver com os resultados da vida de outras pessoas.
Não deixe que o barulho da opinião dos outros cale a sua própria voz interior.
E o mais importante: tenha coragem de seguir o seu próprio coração e a sua intuição. Eles de alguma maneira já sabem o que você realmente quer se tornar. Todo o resto é secundário.
Quando eu era pequeno, uma das bíblias da minha geração era o Whole Earth Catalog. Foi criado por um sujeito chamado Stewart Brand em Menlo Park, não muito longe daqui. Ele o trouxe à vida com seu toque poético. Isso foi no final dos anos 60, antes dos computadores e dos programas de paginação. Então tudo era feito com máquinas de escrever, tesouras e câmeras Polaroid.
Era como o Google em forma de livro, 35 anos antes de o Google aparecer. Era idealista e cheio de boas ferramentas e noções. Stewart e sua equipe publicaram várias edições de Whole Earth Catalog e, quando ele já tinha cumprido sua missão, eles lançaram uma edição final. Isso foi em meados de 70 e eu tinha a idade de vocês.
Na contracapa havia uma fotografia de uma estrada de interior ensolarada, daquele tipo onde você poderia se achar pedindo carona se fosse aventureiro. Abaixo, estavam as palavras:
“Continue com fome, continue bobo.”
Foi a mensagem de despedida deles. Continue com fome. Continue bobo. E eu sempre desejei isso para mim mesmo. E agora, quando vocês se formam e começam de novo, eu desejo isso para vocês. Continuem com fome. Continuem bobos.
Obrigado.”

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Redes Sociais: Facebook vs. Google



Primeiro foi o Orkut, era o “boom” em redes sociais aqui no Brasil até a década passada. Agora se estabeleceram o Facebook e a promessa da Google: o Google+ (o Twitter não está sendo considerado aqui porque possui um papel diferente em termos de social media).
O Facebook ganhou espaço rapidamente devido a sua interface intuitiva, robusta e completa. Contribuiu também para o sucesso do site, o carisma imprimido pela ideia originária da criação do Facebook – quem assistiu ao filme “A Rede Social” sabe bem o que eu quero dizer (as pessoas queriam saber como funcionava a novidade virtual e acabaram gostando da experiência).
No caso do Google+, o sucesso inicial foi devido ao poder que tem a marca Google e a fidelidade dos usuários decorrente dessa confiança criada pela empresa norte-americana.
As características do Face ou FB – como é conhecido por alguns grupos – e do G+, e que tornou o Orkut menos acessado ou utilizado foram os seguintes atrativos:
Novidade e marketing: O primeiro item para que uma rede social faça sucesso são esses dois fatores. As pessoas sentem necessidade de conhecer algo que cai “na boca do povo”. Com o Google+ ocorreu a mesma coisa. A diferença, que fez o crescimento do Google+ ser mais rápido que o do Facebook, é que a Google tem uma plataforma de usuários estabelecida por meio de outros serviços, bastou apenas aderir a mais um serviço, enquanto no FB precisava-se criar uma nova conta.
Serviços: O Facebook mostrou-se mais forte que outras redes sociais pela sua gama de serviços. A simples ideia de “tuitar” dentro da rede social foi um grande atrativo; ainda mais porque não era um “tuíte” alfanumérico, ganhou expressão multimídia e dinamismo maior dentro de grupos de amizade (consequentemente, tornou a mensagem mais humana, restrita, interessante e menos corporativa). Com o Google+ vieram o “Hangout” e os “Círculos de amizade”. Os dois serviços do G+ foram inicialmente chamativos, porém, a Google vai ter que fazer muito mais em termos de inovação para que os usuários não fiquem entediados ou com a impressão ou certeza de que não precisam da novidade oferecida.
Necessidade: Um item não menos importante, ainda mais quando já existem sites que oferecem serviços similares que caíram no gosto popular. Um site pode ter novidades e ótimos serviços, no entanto, perderá a assiduidade de acessos se não tiver alguma utilidade prática para o usuário. Nesse caso cabe um conhecido jargão: “a necessidade faz a oportunidade”; a oportunidade de um serviço ser mais bem quisto em relação aos demais.
Qual será o futuro das redes sociais? A resposta disso não é previsível. O que é previsível, pelo que a história da Internet já nos ensinou, é que inovação, criatividade, diferencial e oportunismo são ingredientes essenciais à sobrevivência na sociedade virturreal.


sábado, 7 de maio de 2011

RIC: A Nova Identidade Civil

 


             O RIC (Registro de Identidade Civil) foi lançado oficialmente pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 30 de dezembro de 2010. O novo documento, que começara a ser expedido este ano, apresenta indícios de que será possuidor de características imprescindíveis para a identificação civil de milhões de brasileiros, com as medidas que exigem o modelo contemporâneo de cidadania.
 A nova identidade civil será um cartão de policarbonato (um plástico resistente, aquele usado em CDs) e será fabricado em consonância com as normas estabelecidas pela Organização de Aviação Civil Internacional (órgão vinculado à ONU, responsável pelos critérios de segurança dos documentos oficiais de viagem dos países membros).
A relevância desse novo documento pode ser notada pelas seguintes características por ele apresentadas:
Identificação unívoca: O cartão permitirá que o cidadão seja identificado como único na base de dados do governo federal, por meio da combinação das digitais – código único para cada pessoa – com um certificado digital que cada cartão possuirá (o R.G. atual é controlado pelos Estados da Federação e pouco mitiga à falsificação de documentos de identidade ou à prática de falsa identidade).
Segurança em transações eletrônicas: Por possuir um certificado digital, o RIC permitirá transações na Internet, o que é fundamental para que certas ações possam ser confiadamente permitidas na rede. O RIC garantirá validade jurídica às transações virtuais, aumentando a gama de oportunidades para o desempenho da “cidadania virtual”.
Tecnologias seguras de reconhecimento: Além da identificação biométrica e do certificado digital – o que já representa grande avanço – o RIC contará com dois chips microprocessadores, caracteres para leitura óptica e RFID (o cartão emitirá sinal para determinados receptores de radiofreqüência, permitindo identificação ao pôr o cartão na área de alcance de um desses receptores).
Na imagem seguinte pode-se observar o “raio-X” da nova identidade civil (clique na imagem para ampliá-la e em ‘voltar’ () para retornar ao texto):


 

O novo documento será expedido a partir de julho, poderá ser cobrado – o governo estipulou cobrar R$40,00, com isenção de pagamento aos contemplados pelo Bolsa Família, porém, pretende reduzir esse valor para R$15,00 – e, segundo informações do site do Ministério da Justiça:
“O ano de 2011 será de ajustes nos processos e rotinas dos órgãos envolvidos. Nessa etapa, alguns brasileiros serão escolhidos para receber o seu RIC e não há a possibilidade de ir até um órgão de identificação para requerer o seu.
As cidades de Salvador/BA, Brasília/DF, Hidrolândia/GO, Ilha de Itamaracá/PE, Rio de Janeiro/RJ, Nísia Floresta/RN e Rio Sono/TO serão as primeiras localidades cujos cidadãos receberão o RIC.”



segunda-feira, 7 de março de 2011

Tablets



Em janeiro tivemos dois grandes eventos na área tecnológica: a CES e a Campus Party Brasil. Neste mês, o destaque ficou por conta do lançamento do IPad 2 da Apple.

Na CES e na Campus Party o que chamou a atenção foram os novos tablets e as novas características incorporadas a eles. Falou-se em tablet 3D, tablet híbrido (tablet + netbook), tablet com a nova versão do sistema operacional Android, etc.

Não há necessidade de mais evidências para dizer que 2011 é o ano do tablet. O burburinho ao redor dessa tecnologia leva-nos a questionar, qual será o seu papel? Será de real importância para o nosso dia-a-dia e para o nosso futuro ou é apenas uma “celebridade tecnológica instantânea”? O tablet irá tomar o lugar dos netbooks, notebooks, e-readers ou smartphones?

Para responder a esses questionamentos, basta regressarmos alguns anos para tentarmos entender porque surgiu o tablet. O tablet é um misto de e-reader com netbook acrescido de funcionalidades acessíveis tal como em um celular touchscreen. Entendeu? Vou explicar melhor. Um dos primeiros tablets – um dos mais importantes – foi o IPad. No começo alguns geeks desdenharam do IPad dizendo que ele era um “IPhone de Itu” ou um IPhone gigante, pela aparência e pelo modo de operar um IPad ser semelhante ao modo de operar um IPhone, por meio de touchscreen. Em seguida, notou-se que seria improvável um tablet substituir um smartphone (o tamanho daquele não permitiria isso). Disso perguntava-se: Qual seria o espaço ocupado por um aparelho que permitiria ver vídeos, acessar a Internet, ler livros, ouvir músicas, jogar e interagir com outras pessoas de forma mais intuitiva e amigável (principal característica do tablet)? A resposta que parecia mais clara seria: o espaço do entretenimento total.

Entretenimento total é aquele tipo de entretenimento em que apenas se entretém, sem ter que se preocupar com compromissos, horários ou trabalho. Esse parecia o espaço para o tablet. A partir desse raciocínio, ficaria estranho imaginá-lo no cotidiano durante a “correria” de um compromisso para o outro ou para trabalhar com ele (telas touchscreem não são muito confortáveis para se digitar durante horas).

Partindo desse pressuposto – embora nem todos tenham a mesma opinião – o seguinte panorama deverá desenhar-se para o tablet:

1. Ele substituiu os e-readers. Quem precisa de uma tela para leitura quando pode possuir um equipamento com essa e outras funcionalidades agregadas? Note que mal se fala em e-readers atualmente.

2. Ele não substituirá os netbooks. O netbooks ainda possuem uma vantagem da qual muitos não abrirão mão: um teclado QWERTY a parte. Embora pequeno, faz diferença na hora de manipular determinados aplicativos. Além disso, o netbook é mais corporativo e, recentemente e aos poucos, está ganhando uma fatia importante do espaço que era dos laptops ou notebooks.

3. Os smartphones não serão afetados pela presença dos tablets. O smartphone é a evolução do celular e será companheiro de bolsos e bolsas por um bom tempo. Pequeno, moderno, realmente portátil, com muitas funcionalidades úteis e com novidades ainda por vir, não vai ser o tablet que irá substitui-lo.

4. Finalmente, o tablet irá ocupar ambientes como salas, espaços de entretimento ou lazer, exposições, alguns ambientes de trabalho em que a estética e a visualização de imagens ou esquemas seja mais importante do que o conteúdo escrito ou analítico. Será uma interface voltada à exposição de informações mutimídias, interface que será pouco utilizada para criação ou para interação que exija manipulação de dados.

E para você, quais são as impressões sobre o tablet? Sinta-se à vontade em interagir no espaço reservado para comentários.


quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

O Discurso Tecnológico da Presidente Dilma Rousseff



Iniciou-se um novo mandato presidencial. Novos desafios, principalmente os tecnológicos, irão permear este governo.

Não poderia ser de outra maneira; é sabido que o século XXI representa o século da Revolução Digital (pós revolução agrícola e industrial) e a primeira década deste período deu claros sinais dessa assertiva. O “Bum da Internet”, o aumento do uso de dispositivos móveis com acesso à rede mundial (celulares, smartphones, netbooks, tablets, laptots, etc), a popularidade das redes sociais e o uso intensivo da Tecnologia da Informação (TI) pelas empresas públicas, privadas e pelo contribuinte ou cliente; toda essa gama de mudanças certamente é motivo de atenção e campo de oportunidade à nova gestora do poder executivo nacional e, pelo que pareceu no discurso da posse, ela entende perfeitamente essa evidente realidade. Analisemos algumas partes do discurso:


“O uso intensivo da tecnologia da informação deve estar a serviço de um sistema de progressiva eficiência e elevado respeito ao contribuinte.”. Foi o que disse a presidenta ao referir-se ao sistema tributário, que atualmente transita por poucas alterações implementadas, tais como a Nota-Fiscal Eletrônica, a declaração do imposto de renda pela Internet e alguns serviços E-Gov disponibilizados pela Receita Federal; há muito ainda por fazer, isso vai exigir não só o esforço do governo federal, mas, também, exigirá esforços dos governos estaduais e municipais.


“... formar jovens preparados, de fato, para nos conduzir à sociedade da tecnologia e do conhecimento.”. Assim afirmou a Presidente com o intuito de melhorar os mecanismos da educação brasileira para formar jovens criativos e inclusivos ao panorama “virturreal”.


“A sua própria descoberta é resultado do avanço tecnológico brasileiro e de uma moderna política de investimentos em pesquisa e inovação.”. Aqui o foco é o pré-sal, resultado dos avanços tecnológicos da Petrobrás e futura fonte econômica propulsora ao desenvolvimento social do país, a qual demandará mais pesquisas e desenvolvimento tecnológico acelerado.


“O mundo vive num ritmo cada vez mais acelerado de revolução tecnológica. Ela se processa tanto na decifração de códigos desvendadores da vida quanto na explosão da comunicação e da informática. Temos avançado na pesquisa e na tecnologia, mas precisamos avançar muito mais. Meu governo apoiará fortemente o desenvolvimento científico e tecnológico para o domínio do conhecimento e a inovação como instrumento da produtividade.”. O tom no trecho do discurso acima é de concordância com os benefícios proporcionados pela TI e de consciência de que novas tecnologias serão fundamentais para a melhoria de vida da sociedade brasileira.


“Em suma: temos que combater a miséria, que é a forma mais trágica de atraso, e, ao mesmo tempo, avançar investindo fortemente nas áreas mais sofisticadas da invenção tecnológica...”. O mesmo ideal do Governo Lula contagiou Dilma Rousseff: o da preocupação com a erradicação da miséria, um dos trunfos do presidente petista, por tornar milhões de brasileiros integrantes da nova classe média. Dilma entende que investimento em tecnologia é investimento em progresso útil às demais áreas que empurrarão a “economia verde e amarela”; assim, o fortalecimento econômico, com investimento pujante em tecnologia, criará o ambiente em que as oportunidades poderão “bater à porta” dos trabalhadores e cidadãos brasileiros.


domingo, 26 de dezembro de 2010

A Sociedade “Virturreal”



A narrativa em torno do site Wikileaks, das eleições 2010, do ficha-limpa, das compras virtuais coletivas; além de demonstrar a força que a Internet está proporcionando às massas, demonstra o quão participativa e atuante a sociedade “virturreal” pode ser ao defender os seus ideais.

No caso do site Wikileaks, Julian Assange demonstrou que ser ativista virtual – ou ciberativista – é algo promissor para quem possui essa aspiração. A publicação de documentos diplomáticos em seu site e em veículos de comunicação parceiros (El País, Le Monde, The New York Times, The Guardian e Der Spiegel) provocou rebuliço na Internet, no governo dos Estados Unidos e em órgãos de imprensa espalhados ao redor do mundo. (...)

As grandes autoridades e empresas agoram podem ser beneficiadas ou prejudicadas em menos de 24 horas pela população “virturreal” que acompanha e solidariza-se com informações que as alcança pouco tempo após serem publicadas. Os agentes contemporâneos de informação não são apenas os veículos formais de imprensa (rádio, jornal, periódico e TV), uma pessoa com um smartphone em mãos já é um possível jornalista ao publicar em seu blog, Twitter, Facebook, Orkut, ... ; as consequências, após postagem na web, são irreversíveis. Crackers atualmente são os criminosos mais potencialmente nocivos e invadem empresas, contas bancárias, vasculham a vida das pessoas, roubam as suas identidades na rede e fazem variados tipos de violações sem muitas vezes serem notados ou identificados. Uma das maiores empresas no ramo de cartão de crédito – no episódio WikiLeaks – foi invadida, a página foi “tirada do ar” e dados dos clientes foram publicados em ataque iniciado em menos de 24 horas. Um grupo entitulado Anonymous responsabilizou-se pelo feito. (...)

As eleições deste ano não foram as mesmas de outrora. Seguindo a tendência das eleiçoes americanas, onde a web teve grande importância no desenrolar do processo democrático nacional, a população transportou o debate para a Internet e os candidatos tiveram que se adaptar à nova realidade. Páginas virtuais, perfil no Twitter, vídeos no YouTube e correntes via e-mail inundaram à rede em busca dos eleitores; informações falsas e verdadeiras, briga ideológica e debates foram manchetes à sociedade “virturreal”. (...)

O ficha-limpa, um dos maiores empreendimentos políticos realizado pelo cidadão brasileiro, em pouco tempo, ostentava milhões de assinaturas, tornando-se projeto de lei de iniciativa popular, futuramente aprovado por uma massa que “assinou” a petição por meio da Internet. Projetos de iniciativa popular, nessa perspectiva, poderão ser elaborados e encaminhados ao Congresso com maior facilidade, dando à sociedade “virturreal” capacidade de por em discussão projetos de lei sob os seus interesses, sem os entraves geográficos antes impostos. A Organização Avaaz é um dos principais representantes dessa nova modalidade representativa da cidadania mundial e possui vários projetos esperando a colaboração de cidadãos para serem encaminhados aos representantes políticos, além de contar com mais de 6 milhões de membros.

Outro grande filão que está sendo explorado são as compras coletivas, onde consumidores combinam comprar em grupo um determinado lote de produtos ou serviços. Isso proporciona descontos consideráveis e está sendo altamente explorado por algumas empresas. Caso esteja interessado em saber mais sobre isso, leia aqui. (...)

A sociedade não se limita mais ao habitat físico, desligado de canais de comunicação, fora do ambiente virtual. Mais difícil será a sobrevivência daqueles que tentarem viver “desconectados” e desligados do paradigma operante. A frase do livro de Homero, a fala da Esfinge de Édipo, parece ser um recado desse novo modelo: “Decifra-me ou devoro-te”.