domingo, 19 de julho de 2009

Redes ADSL

O número de usuários de banda larga no Brasil é cada vez maior. As tecnologias para estabelecer conexão com a rede mundial de computadores possuem variedades que se adaptam aos mais diversos tipos de ambientes. Hoje contamos com usuários utilizando tecnologias pré-3G, redes WIMAX, redes Mesh, 3G, conexão via satélite, via rádio e até mesmo por meio da rede elétrica. De todas as tecnologias citadas nem uma delas possuem um uso tão intenso – aqui no Brasil – e uma popularidade tão grande, mundialmente, quanto às redes ADSL.

ADSL significa Assymmetric Digital Subscriber Line (ou Linha Digital assimétrica do Assinante), ou seja, é uma tecnologia que permite que assinantes de planos de Internet contratem uma conexão web utilizando a rede telefônica como via de dados e, ao mesmo tempo, utilizem essa mesma via para o tráfego de voz sem que uma forma não interfira na outra. Quando é mencionado que a rede telefônica pode ser utilizada como via de dados entenda que isso compreende downloads e uploads simultâneos e que a taxa de transferência (throughput) desses personagens são diferentes (por isso o termo assimétrico).

Para que isso aconteça alguns elementos são necessários e determinados procedimentos ocorrem. Primeiro é necessário que um modem seja ligado ao computador que irá estabelecer contato com a Internet [em redes que utilizam esse computador para disponibilizar conexão com a Internet aos demais PCs da LAN (Local Area Network – rede local) estes são conhecidos como Proxy]. O modem será o responsável em transmitir os dados até a central telefônica, além de MOdular e DEModular – daí o nome – o sinal transformando-o de analógico para digital e vice-versa.

Um segundo elemento não menos importante é o splitter. Ele é o responsável em permitir que uma mesma linha telefônica seja usada para transferir dados e voz simultaneamente. O splitter realiza a multiplexação por divisão de frequência (FDM – Frequency Division Multiplexing) que é a divisão da frequência, que transita na linha telefônica, em partes. Como a frequência para a transmissão de voz é baixa, a linha não é aproveitada em toda a sua capacidade, então o splitter faz com que a parte restante da frequência seja utilizada para transmitir dados (isso significa acesso à Internet – downloads e uploads) de forma simultânea e bidirecional (full duplex).

Após o sinal de voz ou dados sair da residência do usuário, o sinal irá percorrer a linha até a central telefônica onde irá encontrar outro splitter. Lá o splitter irá enviar o sinal de voz para o PSTN (Public Switched Telephone Network – Rede Pública de Telefonia Comutada) e o sinal de dados para o DSLAN (Digital Subscriber Line Access Multiplexer – Multiplexador Acessado por Linha Digital do Assinante). O PSTN é o responsável em interligar o telefone de um usuário aos demais telefones fixos ou móveis. O DSLAN é o responsável em limitar a velocidade de conexão do usuário – de acordo com o plano que ele contratou – e enviar o sinal para uma linha de alta velocidade conectada à Internet.

É dessa forma que ocorre a conexão da maioria dos brasileiros à Internet. Alguns detalhes de bastidores são:

1. Quanto mais distante uma residência estiver da central telefônica (PSTN e DSLAN, principalmente) menor será a qualidade do sinal recebido;

2. O sinal que sai da residência do usuário vai para o roteador na central telefônica, para o provedor e depois para a Internet. Tecnologicamente falando o uso do provedor é dispensável, porém, juridicamente falando, a mesma afirmação não é verdadeira. A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), atualmente, obriga que os usuários brasileiros de tecnologia ADSL utilizem um provedor.

3. A função do provedor é mais de controle daquilo que o usuário faz e por onde navega do que de disponibilidade de acesso à Internet. O que o provedor realiza é forçar uma autenticação do usuário antes deste utilizar a Internet. É partindo desse príncipio que o protocolo PPPoE (Point-to-Point Protocol over Ethernet – Protocolo ponto-a-ponto sobre Ethernet – não confundir com Internet) faz sentido ao ser largamente utilizado hoje em dia de maneira que um usuário leigo não saiba que está utilizando-o. O protocolo PPPoE é o responsável em realizar a sessão e autenticação do usuário com o provedor e fornecer um IP (Internet Protocol – endereço para que um computador seja reconhecido univocamente na Internet ou em uma rede local) para navegar (essa é a razão de termos IPs dinâmicos quando, antes de utilizarmos o protocolo PPPoE, estes eram estáticos).

Como foi dito, a ADSL atualmente ostenta a posição de ser a tecnologia mais utilizada aqui no Brasil, pelo menos por enquanto, num momento em que outros meios de acesso despontam, como é o caso do 3G e provavelmente será de outras tecnologias futuras como, por exemplo, o 4G e o WIMAX .


domingo, 12 de julho de 2009

Sistemas Gerenciadores de Bancos de Dados

Para ter à compreensão do que é um SGBD (sistema gerenciador de banco de dados) é necessário primeiramente saber o que representa um banco de dados.

Pode-se dizer que um banco de dados é um local onde dados ou informações estão alojados de forma organizada. Uma agenda, uma lista telefônica, um dicionário pode perfeitamente ser tratado com um banco de dados pelo fato de que possui uma numerosa quantidade de informações dispostas de maneira “gerenciável”. Atualmente, na área de informática, esse conceito é utilizado para que as entradas e saídas de um programa possam ser mais bem aproveitadas utilizando-se uma estrutura que guarde organizadamente dados e informações para que eles possam ser facilmente recuperados. Um banco de dados eletrônico (conhecido tecnicamente, também, por database ou BD) utiliza conceitos de modelos lógicos, semântica de paradigmas para o desenvolvimento de interfaces, linguagem de programação estruturada (SQL – Structured Query Language) e arquitetura física de computadores.

Um SGBD é diferente de um banco de dados porque é um SGBD que provê a criação, funcionamento, regras de utilização e diretivas de um BD. Para isso um SGBD deve possuir técnicas capazes de solucionar dificuldades do mundo real e ao mesmo tempo permitir que usuários dos mais diferentes tipos consigam estabelecer feedbacks (troca de informação) com um software, inserindo dados (inputs) ou recebendo informações dos dados anteriormente inseridos (outputs).

Atualmente existem numerosas ferramentas no mercado (SGBDs) que permitem criar uma base de dados de acordo com as necessidades de um modelo de negócio. Dentre as mais conhecidas, para uma arquitetura cliente-servidor, utilizando conceitos de banco de dados relacionais, pode-se contar, dentre outras, com as seguintes: Microsoft SQL Server, Oracle, DB2, PostgreSQL, Interbase, Firebird e MySQL.

O Microsoft SQL Server é um SGBD desenvolvido para ser utilizado na plataforma Windows e pode ser utilizado em junção com a plataforma .NET de desenvolvimento de software ou com a linguagem VB da Microsoft. É uma ferramenta líder no mercado atual devido à expressividade que o Windows representa dentre usuários de sistemas operacionais.

O Oracle Database, referenciado com uma dos melhores SGBDs atuais, conta com a vantagem de ser multiplataforma (funciona dentro dos principais sistemas operacionais) e ter uma robustez confiável dentro de aplicações críticas. Conta com a linguagem de programação PL/SQL que possibilita técnicas eficazes no desenvolvimento de banco de dados.

O DB2, criado pela IBM é também multiplataforma e possui um leque de possibilidades que vem sendo implementadas desde a década de 80. Além de poder ser utilizado para desenvolvimento de aplicações utilizando conceitos de Business Intelligence, promete recursos para computação distribuída e melhorias para plataformas 64 bits. Possui uma versão Express que pode ser utilizada gratuitamente em servidores com até 2 processadores e 4GB de memória sem limite de usuários, o que diferencia essa versão das concorrentes Microsoft e Oracle que limitam as suas soluções gratuitas quanto a quantidade de usuários acessando um servidor de banco de dados.

O PostgreSQL é uma alternativa de código aberto (que pode ser melhorada por outros desenvolvedores) com ótimos recursos que permite criar base de dados utilizando as técnicas mais requeridas para esquemas relacionais. O código-fonte deste SGBD é de domínio público e o projeto sobrevive graças às doações e patrocínios de empresas de peso como a Red Hat, Skype e Sun Microsystem.

O Interbase é o banco de dados da Borland que foi desenvolvido para ser utilizado por acadêmicos e que ganhou proporções comerciais pela sua leveza, rapidez e simplicidade. È um SGBD multiplataforma e é uma opção bem quista por desenvolvedores que utilizam Delphi (da mesma fabricante do Interbase) e, apesar de ser pequeno e leve, suporta grandes bases de dados.

O Firebird também é multiplataforma e de código aberto. A sua primeira versão foi baseada no Interbase 6.0 e teve boa aceitação no Brasil, Rússia e Europa. Atualmente está na versão 2.1.2, lançada em 1° de abril de 2009.

O MySQL assume o posto de uma dos mais populares SGBDs, principalmente quando se pensa em banco de dados para a web. Tem ótima integração com a linguagem PHP, é multiplataforma, multiusuário, multitarefa, é robusto e relativamente leve em relação aos seus concorrentes diretos. A sua força pode ser percebida somente mencionando as empresas que utilizam essa poderosa ferramenta, tais são: NASA, HP, Nokia, Sony, Bradesco, Cisco, Motorola, etc. A detentora da linguagem MySQL foi adquirida pela Sun Microsystem em 2008 que recentemente foi comprada pela Oracle. Saber o futuro dessa linguagem a partir desse fato parece ser imprevisível visto que a Oracle já possui uma “menina dos olhos” que disputa o mesmo mercado.

Enfim, os SGBDs são numerosas soluções disponíveis para qualquer tipo de gosto, bolso ou filosofia tecnológica.