domingo, 15 de fevereiro de 2009

Tecnologias Pré-3G – I Parte


Atualmente tem se falado bastante da tecnologia 3G aqui no Brasil, porém, sabe-se que a maioria dos usuários brasileiros ainda utiliza, no máximo, a tecnologia 2,5 ou 2,75G. Isso ocorre devido ao fato de que o sinal 3G por enquanto não alcança a todos os brasileiros de forma satisfatória, principalmente àqueles que estão fora dos grandes centros urbanos. Outro item que negativa o uso do serviço é o preço pouco atraente, quando para uso ilimitado, que é mais alto que o da banda-larga fixa. Sabemos que seja pouco provável alguém optar por dois planos de banda-larga (um plano doméstico para o desktop e um plano 3G para o celular) e por esse e outros motivos que celulares GSM e CDMA ainda são os mais populares embora o alvoroço em torno de smartphones 3G esteja em alta. Enquanto o 3G não chega satisfatoriamente a todos, tecnologias alternativas como wi-fi pelo celular, web via bluetooth (muito pouco usual – poucos usuários domésticos se aventuram – pela complexidade de instalação e baixa distância oferecida), GPRS, EDGE, etc, vão “segurando as pontas”.

A primeira geração digital de celulares (2G) chegou por aqui, mais ou menos, no começo da década de 90 e apresentava vantagens em relação à geração anterior pela qual somente dava para fazer e receber ligações com um sinal relativamente ruim. Com a chegada do 2G o sinal, além de deixar de ser analógico, melhorou a sua qualidade, incorporou o envio de mensagens (SMS) e permitiu conexões concomitantes.

Para entendermos o contexto no qual se encontra as tecnologias pré-3G, segue um descritivo da forma de funcionamento dos aparelhos celulares e das tecnologias ou siglas que a cerceiam. (...)

O termo celular vem da palavra célula que significa, em geral, unidade mínima ou, em outras palavras, na linguagem do mercado de telefonia, dispositivo que possui um prefixo (15, 11, 40, 36, etc) que indica a qual região ele pertence, o que o torna comum entre os celulares de uma região detentora de um prefixo. Ao possuir um prefixo comum a uma região o celular passa a pertencer a um grupo e a ser uma unidade mínima daquele grupo, ou seja, uma célula.

Um fato pouco conhecido pelos usuários de celular é a forma como a comunicação entre os aparelhos é estabelecida. Primeiramente os celulares são transmissores e receptores de ondas de rádio e possui uma frequência e um alcance máximo. A questão da distância do sinal é solucionada pelo fato de cada cidade ou região possuir antena(s) que se comunica(m) com outra(s). Por exemplo, quando uma pessoa faz uma ligação local (ligação feita dentro da região do celular) o celular envia o “pedido” para a antena que cobre o raio de alcance onde ele está localizado e identifica que aquele número pertence à região daquela antena não precisando de outra mais distante para estabelecer comunicação (por isso que em uma ligação local não é exigido ser digitado o prefixo de área uma vez que uma antena “externa” não será utilizada). Quando a ligação é interurbana (ligação feita a uma região fora do alcance do celular) a antena local irá estabelecer comunicação com outra(s) antena(s) até que a antena de destino receba o “pedido” e encaminhe para o celular (ou célula) da sua jurisdição. Nota-se, dessa forma, que as operadoras precisam compartilhar as suas antenas entre si se não cada operadora precisaria colocar uma antena em cada região visto que um celular está ligado aos serviços de uma única operadora. É exatamente isso o que ocorre. Quando utilizamos uma antena fora do grupo do qual o nosso celular é originário (podendo ser uma antena que pertença ou não a nossa operadora) estamos utilizando um serviço conhecido como roaming (originado do termo roamer que quer dizer visitante). Isso quer dizer que saímos da área de alcance da antena da qual o celular pertence precisando estabelecer comunicação com outra antena (onde seremos visitantes visto que tenderemos a voltar para a área na qual o celular é membro legítimo).

Quanto ao fato do celular ser “um rádio mais moderno” alguém pode estar curioso em saber como a sua transmissão se torna digital. A explicação é que o que transforma as ondas de rádio do celular em digital é a tecnologia que converte o sinal de uma categoria para a outra, essas tecnologias podem ser as pouco comuns FDMA e TDMA ou as mais usadas atualmente CDMA e GSM.

Nas próximas postagens irei tratar dessas tecnologias e de outras utilizadas para transmissão de dados via celular ainda não discutidas aqui. Até lá!

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