terça-feira, 23 de junho de 2009

Empresa Híbrida, Virtual e Digital

Você saberia identificar, tecnologicamente falando, qual é o tipo de empresa em que você trabalha? Ela possui arquivos, fichários e computadores com softwares acessíveis somente aos funcionários? Ela possui uma página na Internet para interagir com os seus clientes e parceiros e um ponto de atendimento? Ela simplesmente não existe no mundo real?! Logicamente, dependendo da empresa em que você trabalha, a resposta poderá ser afirmativa em pelo menos um dos casos expostos.

Atualmente com a globalização, o crescimento da Internet e a expansão da área de Tecnologia da Informação, as empresas mudaram a forma de administrar os seus processos internos e externos e agora são determinadas pelo jeito como o fazem. Para que você entenda a evolução ocorrida e o que foi dito até agora, basta retornar há alguns anos atrás...

Em meados da década de 80, quando os computadores ainda não participavam ativamente dos processos de negócios por serem caros, sem softwares com interface gráfica razoável (com programas funcionando por meio de linhas de comando – 1D), sem redes ou bancos de dados funcionando adequadamente; as empresas controlavam os seus processos de negócios por meio de fichários, pastas e arquivos que contavam com a capacidade mecânica dos funcionários e a administração eficiente era medida pelo grau de organização física dos documentos. Máquinas de escrever eram produtoras diárias e constantes de papéis e a criação de relatórios, planilhas e balancetes exigiam alta capacidade, paciência e tempo de profissionais que reviravam as empresas atrás dos dados e informações. O controle organizacional era, dito à grosso modo, uma tarefa tipicamente artesanal se comparado aos moldes atuais. Pode-se dizer que essa organização era uma empresa antiga que raramente sobreviveria na realidade atual.

Com a evolução dos computadores de mesa (desktops), interface gráfica, editores de texto, planilhas eletrônicas, redes de computadores, bancos de dados, etc; a realidade das empresas evoluiu para outro nível onde uma quantidade de processos de trabalho ficou por conta dos computadores, transferindo aos funcionários responsabilidades menos “artesanais” e um controle maior da rotina de trabalho e da administração dos recursos da empresa. Um detalhe referente a esse tipo de organização é que os serviços disponibilizados aos seus clientes são feito exclusivamente por meio presencial. Nesse modelo de empresa o cliente não consegue realizar negócios se não comparecer ao local onde ela está instalada. Essa é a típica empresa tradicional.

Partindo para um modelo mais evoluído temos a empresa híbrida. Um fator determinante para esse tipo de empresa é a Internet, que chegou ao Brasil em 1995. A empresa híbrida não utiliza a tecnologia tão somente para se organizar; utiliza-a também para manter relações com os seus clientes disponibilizando informações, serviços ou produtos. Um bom exemplo são os bancos aqui do Brasil; eles possuem estrutura física e aparato tecnológico para atender clientes tanto via presencial quanto pela Internet.

O modelo híbrido é o principal modelo dos dias atuais onde a maioria das empresas estão se preparando cultural e tecnologicamente para atender clientes à distância. A própria cultura ainda enraizada em muitas pessoas (talvez seja um dos motivos pela existência de tantas empresas híbridas que já poderiam ser virtuais) não as encorajam a realizar negócios sem ter um contato físico com as empresas por mais que o possa ser feito virtualmente. Um exemplo de empresa que recentemente tornou-se híbrida é a empresa Casas Bahia. Anteriormente as compras e interações com a loja eram feitas em uma das suas unidades; atualmente os seus produtos podem ser vistos e comprados pelo site sem que seja necessário o menor contato presencial com a loja.

Algumas empresas, anteriormente híbridas, ou que não optaram por esse modelo de negócio tornaram-se virtuais. Essas empresas caracterizam-se por realizarem comércio e negócios unicamente pela Internet e gerir algumas fases dos seus processos internos com a utilização de documentos ou papéis. Exemplos típicos são os casos de alguns vendedores do Mercado Livre – que colocam informações sobre seus produtos, as formas de pagamento, uma área para suprir dúvidas dos clientes – que só realizam vendas por meio da web. Embora a forma de negociar seja sem a utilização de papel a nota-fiscal, controles da empresa, prestação de contas, relatórios,... são gerados fisicamente.

Quando as empresas não existem fisicamente e não utilizam papéis para manter os seus negócios, ou seja, as informações ficam disponíveis somente em formato não-físico, a empresa torna-se digital. Um exemplo seria a de uma que vende músicas pela Internet. O cliente acessa o site, faz a busca e seleciona as músicas que deseja, em seguida ele paga utilizando o cartão de crédito e então as músicas selecionadas, instantaneamente, ficam liberadas para download. A empresa, então, ficará sabendo quanto vendeu e o quanto ganhou, além de outros dados, sem que para isso gere papéis para si ou para os clientes.

As empresas, dessa forma, cada uma a sua maneira, escolhem a melhor tática para se adaptar ao cenário em que disputam a aprovação de seus clientes.


quarta-feira, 10 de junho de 2009

EAD – Ensino à Distância

A Tecnologia da Informação é realmente a grande mola propulsora do século XXI. Como disse certa vez um Sociólogo: “Os profissionais de Tecnologia da Informação são para a atualidade o que os Engenheiros Industriais foram para a revolução industrial.”

A afirmação não é desprezível; atualmente é quase inimaginável visualizar um campo de trabalho que não utilize a Tecnologia da Informação ou que visualize um futuro sem a utilização dos benefícios dessa tecnologia. A Medicina possui robôs dotados de software que podem ser manipulados por Médicos à Distância ou softwares que diagnosticam pacientes. Engenheiros criam projetos e moldam esquemas por meio de seus computadores. Administradores não conseguem administrar empresas de forma eficiente sem a utilização de softwares. Advogados, embora, em sua maioria mais envolta à tradição, têm se curvado às mudanças que estão ocorrendo no meio judiciário utilizando diário oficial online, publicações via internet, processos digitais, etc. Enfim, todos, senão a maioria que desempenha atividade laboral, em suma, necessita saber interagir com ferramentas computacionais.

A educação, mais especificamente o ensino, não poderia ficar de fora das alterações ambientais provocadas pela TI. Com o crescimento da Internet e do uso de conteúdos multimídias (podcasts, vídeos, blogs, vídeo-conferência, realidade virtual, fórum, etc.) viu-se um filão a ser explorado pela área de ensino. Viram-se também grandes vantagens a serem utilizadas como o barateamento das mensalidades, menos custos com transporte e alimentação e corte de dificuldades relacionadas a tempo e locomoção para futuros alunos com interesse em aprender à distância, além, é claro, de transformar ao bel prazer do aluno qualquer hora e qualquer lugar em seu ambiente de aprendizado.

Unido aos fatores econômicos, logísticos e pessoais mencionados, pode-se adicionar, também, alguns benefícios de ordem educacional ou acadêmica como o fato de o aluno ter que estar compromissado com as suas atividades, ter menores distrações – comuns às aulas presenciais – estar focado (por poder determinar o melhor momento e lugar para aprender) e ter a Internet como uma extensão universitária com materiais online recomendados ou produzidos pelos próprios professores ou tutores.

Para a entidade de ensino à distância encontra-se a possibilidade de atender um número grande de alunos, residentes nas mais diversas localidades, não limitando “cadeiras” nem dias ou datas que poderiam ser aproveitados para o ensino. A contratação de profissionais fica independente da localização geográfica de cada um deles aumentando-se assim o rol de candidatos à docência da entidade EAD contratante. Acrescenta-se que a quantidade de cursos oferecidos podem ser maiores por não estarem atrelados aos espaços físicos como salas, laboratórios e bibliotecas.

Alguns educadores temem que a qualidade do ensino seja afetada com o EAD, porém, algumas entidades de ensino presencial não têm demonstrado eficiência quanto a isso e o próprio Ministério da Educação tem aprovado as iniciativas do ensino à distância. No segundo semestre de 2008 o MEC permitiu que, além da graduação e a pós-graduação lato sensu (especialização), os cursos de pós-graduação strictu sensu (Mestrado e Doutorado) possam ser ministrados via EAD. Outro dado importante refere-se ao ENAD (exame nacional para aferir a qualidade do ensino superior, é como o ENEM para o ensino médio) que, entre os alunos de diversas áreas que prestaram a prova, demonstrou que os melhores resultados foram dos alunos que cursam EAD. A USP, uma das faculdades mais tradicionais do país, abre para o segundo semestre de 2009 as suas primeiras vagas em ensino à distância caracterizando-o, assim, como uma opção viável.

Conclui-se, desse modo, que a TI abre mais uma possibilidade interessante às instituições de ensino, educadores e alunos para o bem do crescimento pedagógico que, consequentemente, reflete-se em avanço social, econômico e cultural.