domingo, 8 de junho de 2008

A TV Digital no Brasil


No dia 2 de dezembro de 2007 muitas pessoas vivenciaram a primeira transmissão via sinal digital da televisão brasileira. Meses antes, muito se esperava dessa tecnologia que iria mudar um dos maiores veículos de comunicação do país. Hoje, passado pouco mais de 1 semestre do lançamento do sinal digital, cabe levantarmos o atual cenário e discorrer acerca do futuro naquilo que há de se fazer por parte dos envolvidos (governo, emissoras de TV, empresas e telespectadores) a fim de possibilitar a ampliação do sinal e do uso da nova tecnologia televisiva no nosso país.

Atualmente, o sinal digital está em funcionamento em três capitais brasileiras – São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro – e deve, até o final de 2009, estar presente em todas as capitais do Brasil. A perspectiva do governo é que até 2013 o sinal esteja disponível em todas as cidades de todos os estados brasileiros com possibilidade do sinal analógico – o sinal utilizado nos lugares onde não há sinal digital – ser “tirado do ar” até o final do primeiro semestre de 2016.

Em São Paulo, apesar de o sinal estar disponível há meio ano, poucas pessoas, ainda, aderiram a high definition (alta definição) em suas TVs. Os motivos são variados, os quais se podem citar: o custo dos set-top-boxes (conversores de sinal) ainda é alto (cerca de R$ 500,00), o preço dos televisores com conversor embutido está caro, somente um canal de TV – a Rede TV – transmite todos os seus programas em alta definição, não há recursos de interatividade, o sinal chega fraco a algumas regiões da capital paulista, etc. Para se ter idéia, segundo matéria da Folha Online, o número de aparelhos que recepcionam o sinal está abaixo de 55 mil na Grande São Paulo – o que é pouco para uma cidade com milhões de habitantes.

Analisemos, a seguir, alguns principais questionamentos da realidade paulistana para podermos entender o atual instante da TV Digital no Brasil:

Os benefícios da high definition compensam o alto custo dos aparelhos ou conversores?: Nesse momento, para a maioria dos paulistanos, não! Como os conversores têm pouco tempo de mercado, é natural que o preço não esteja nos padrões de consumo e que a população espere a redução do valor desses equipamentos. Outro fator, é que muitos conseguem sobreviver sem o sinal digital, pelo preço que está sendo oferecido, visto que o sinal analógico atende a necessidade imediata dos telespectadores: assistir TV com uma qualidade de imagem considerável.

A imagem é melhor, mas, e o que mais?: É uma ótima pergunta, principalmente porque muitos paulistanos têm bons sinais de imagem de TV garantidos ou por uma empresa de TV por assinatura ou por uma antena parabólica que custa menos que um set-top-box, além disso, a interatividade ou outros recursos que tornam a TV mais do que uma “caixa” que transmite informação, ainda não existem na TV Digital brasileira; o que a torna simplesmente uma televisão com uma imagem melhor. Há uma projeção de que no ano que vem haja o início da interatividade na TV aqui no Brasil.

Comprar um set-top-box garante que eu terei uma imagem de alta-definição?: Por incrível que pareça, não, não garante! Para responder a essa pergunta, segue recomendação dada pelo PROCON-SP, por meio da sua cartilha, feita em novembro de 2007, que trata acerca da TV Digital: “A qualidade do sinal digital recebido poderá variar de acordo com o seu aparelho de TV. Para receber imagens em alta definição (HDTV) é preciso que seu aparelho de TV tenha capacidade de exibir a alta definição, ou seja, possuir 1.080 linhas e 1.920 colunas (INFORME-SE ANTES DA COMPRA E LEIA O MANUAL DE INSTRUÇÃO). Não basta a aquisição do conversor para receber em alta definição. Caso o aparelho de TV não apresente a alta definição você ainda poderá receber o sinal digital, só que em definição standard (SDTV), com qualidade semelhante à imagem de um DVD, mas inferior ao HDTV.”

Todos os programas que eu quiser assistir serão transmitidos em alta-definição? Não! Somente a Rede TV tem toda a sua programação em sinal digital, as demais emissoras estão se adaptando à nova forma de transmissão (...). Eis o “golpe final” na venda de conversores quando associado à seguinte simples pergunta: Se os programas que eu assisto estão no formato analógico, porque devo comprar um conversor para o sinal digital?

Analisando o exposto pode-se concluir que fatores momentâneos vêm impedindo o avanço da TV Digital. O crescimento no uso do sinal poderá ser “palpável” quando os benefícios da tecnologia estiverem em maior evidência. Acredita-se que, no futuro, itens como a diminuição do preço dos set-top-boxes, a disponibilidade de todos os programas de todas as emissoras em sinal digital, o surgimento da interatividade, o barateamento dos novos aparelhos de TV já possuindo a recepção digital, entre outros, favoreçam a expansão desse item tecnológico que fará parte da realidade futura dos brasileiros.

Obrigado pela sua atenção, tenha uma ótima semana e até a próxima postagem.


Rozenildo Rodrigues Pedroso

Bacharelando em Sistemas de Informação

Um comentário:

Rafael Castro disse...

Ae, Rozenildo! Tá massa o seu blog. Bacana estar bem informado sobre essas paradas aí! =)

Abraço!