domingo, 22 de junho de 2008

Tecnologia "Verde"

A primeira década do século XXI trouxe, assim como os primórdios de outros séculos, uma nova preocupação para a humanidade. Nos dias de hoje o assunto do momento é a questão ambiental ou a “saúde do planeta”. Muito se diz a respeito do aquecimento global, do efeito estufa, da reciclagem, das queimadas, do uso de combustíveis renováveis, da proteção dos recursos naturais, etc. Implicitamente, até hábitos culturais estão incutidos no nosso meio nesse momento onde “o verde é a cor que prevalece”, por exemplo, nessa colocação feita pelo colunista Mauricio Meireles (Coluna do Carioca em 21/06/2008): “Na minha época de garoto, a moda era a mulher-bunda. Tinha a Carla Perez, a Sheila Mello, a Sheila Carvalho... Passou um tempo, a moda era mulher-fantasia. Surge então a Enfermeira do Funk, a Ninja do Funk, a Índia Aigo, a Feiticeira e Tiazinha. Agora, com a moda da sustentabilidade e do mundo natureba, quem surge? Mulher melancia, mulher jaca, mulher melão, mulher samambaia.” (...). Na área tecnológica não poderia ser diferente. Empresas especializam-se em produtos ou serviços que atendam a principal necessidade contemporânea: manter a evolução dentro de padrões que respeitem à natureza.

A IBM, com o seu projeto Big Green, pretende diminuir o uso de energia elétrica e utilizar processos otimizados de refrigeração das suas instalações. Pretende, também, adaptar ou construir data-centers – centro de dados – que se adéqüem a uma política de sustentabilidade prezada pela atual conjuntura. Na mesma linha, a Intel lançou, no final do ano passado, uma nova tecnologia de processadores (os processadores da família Penryn de 45 nanômetros) que, além de serem menores e mais eficientes, aquecem menos e consomem matéria-prima e energia em menor quantidade. Nessa seqüência produtos ou serviços são criados por outras empresas que pretendem agregar o item “ecologicamente responsável”(...).

Outro assunto, aplicado ao conceito de tecnologia “verde”, porém, que foge da idéia de invenção ou criação de elementos sustentáveis e que, é igualmente preocupante e importante para a preservação ambiental, é o lixo eletrônico. Com a evolução tecnológica cada vez mais acentuada é natural que produtos eletrônicos tornem-se lixo mais cedo. Exemplos: Computadores que, há anos atrás eram aceitos pelo mercado, hoje, em sua maioria, quando não podem sofrer upgrades (atualizações) devido às mudanças na arquitetura de hardware ou às mudanças em softwares que exigem mais recursos físicos computacionais (jogos, sistemas operacionais, etc.) podem estar fadados a virar lixo eletrônico sem destino físico previsto. Celulares ou as suas baterias são trocadas por alguns usuários tornando-se quase itens descartáveis. Nota: a bateria desses componentes representa perigo ao ecossistema. Televisores de tela ampla, de plasma ou LCD, estão invadindo os lares substituindo os quase “velhinhos” de 14, 20 ou 29 polegadas que serão dispensados futuramente com a derrocada dos preços dessa nova geração. Para engrossar essa fila têm-se os equipamentos, os quais ainda não são velhos, que sofrem avarias livres de conserto.

Uma alternativa que pode ser adotada com a intenção de dar destino aos equipamentos que não são mais utilizados, surge de uma frase pertinente ao assunto criada pelo químico francês Lavoisier: “Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”. Como nada se perde, logo, pode-se criar a partir da transformação de componentes não mais utilizados. Essa idéia permite que itens de tecnologia possam ser remodelados a fim de atender a outros públicos ou a outras exigências. Tecnologias obsoletas podem ser readaptadas para uso em comunidades carentes, no processo de inclusão – digital ou social – ou podem ser utilizadas como produtos de reciclagem gerando um novo mercado de trabalho ou emprego nessa área.

O importante, em tudo isso, e mais especificamente no assunto natureza, não é gerar soluções inovadoras com alto poder de aceitabilidade pelo mercado ou pelas pessoas, e sim, utilizar-se da criatividade humana para que nisso a Terra, como um todo, ganhe um novo meio de vida saudável.

Obrigado pela sua atenção, tenha uma ótima semana e até a próxima postagem.


Rozenildo Rodrigues Pedroso

Bacharelando em Sistemas de Informação




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